segunda-feira, 21 de abril de 2008

Mais de 1 milhão de meninas engravidam antes dos 18 anos





Todo ano, no Brasil, mais de 1 milhão de meninas engravidam antes de completar 18 anos. Só no ano passado, o Sistema Único de Saúde, SUS, realizou o parto de 700 mil meninas.
Segundo um estudo sobre o comportamento sexual de adolescentes e jovens, realizado pela BEMFAM, Sociedade Civil Bem-Estar Familiar no Brasil, 40% das adolescentes não esperavam engravidar.
A falta de informação sobre métodos contraceptivos foi citada por 30% das entrevistadas como causa da gravidez.

Erotização

Especialistas dizem que algumas das principais causas da gravidez precoce são a antecipação da menarca, a primeira menstruação, mudanças de comportamento e influência da mídia.
“Hoje em dia, as crianças estão absolutamente erotizadas. Você encontra meninas de três, quatro anos no carnaval, vestidas de Tiazinha”, diz a pediatra de adolescentes Olga Bastos.
Para combater o problema o Ministério da Saúde treinou 140 mil professores da rede pública, no ano passado, para lidar com a situação. Mas, até agora, os números revelam que a gravidez na adolescência está aumentando”, diz Tânia Lago, coordenadora da Saúde da Mulher, do MS.
“Em 99, o índice da gravidez na adolescência foi 13% maior que no ano anterior”. Segundo ela, o próximo passo será a criação de espaços jovens para debate sobre sexualidade dentro das próprias comunidades.
Mas, as meninas brasileiras ainda têm que enfrentar muitas barreiras. “Ter um filho sozinha é muito triste. Desde o começo até o final da gravidez”, conta Selma Oliveira, de 17 anos.
Abandonada pelo namorado, ela precisou da ajuda da família para cuidar da criança, enquanto continuava trabalhando como empregada doméstica.

Fora da escola

Outras adolescentes não têm a mesma sorte, e precisam interromper os estudos para cuidar do bebê.
Contar para os pais nem sempre é uma tarefa fácil: “Meu pai ficou duas semanas sem falar comigo. Depois, ele ficou com pena e voltou atrás”, diz a carioca Marcela do Nascimento, de 15 anos.
Para as psicólogas escolares Valeschka Guerra e Vívian Correa, responsáveis pela página de internet sexo-na-escola, a melhor receita para se combater a gravidez precoce é o ensino de educação sexual nas escolas.
“Hoje, sexualidade é um tema transversal. Ou seja, todos os professores podem ensinar a matéria, mas ninguém ensina. No Brasil, educação sexual tem que se tornar uma matéria como química, física, português ou matemática”.

“Falando sobre sexo desde pequenos, os adolescentes vão aprender a lidar com o tema com mais informação e responsabilidade”.


:::Sexxchurch:::

Um comentário:

  1. Acho muito interessante esta questão, porque hoje a erotização na mídia e no comportamento adulto em geral, tem afetado muito o desenvolvimeto e maturidade da sexualidade nas crianças e adolecentes entrando na puberdade.
    Para elas é normal as meninas vestirem-se de forma "sex" e os meninos de "machão", pois já virou um padrão social de comerciais, revistas, no dia-a-dia e se tornaram exemplos para os jovens, isto é, comportamentos que são característicos de adultos que as crianças acabam adotando também.
    E as concequências são sempre grandes demais para o tamanho da inesperiência desses jovens imaturos. Creio que isso não seja só mais uma polêmica e sim um motivo de calamidade pública!

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