quarta-feira, 22 de outubro de 2008

:::Muito prazer:::



Distúrbio que faz algumas mulheres terem orgasmos constantes sem estímulo sexual desafia os cientistas.


Em uma enquete do site Poll Boutique, 30% acham que a britânica Sarah Carmen é sortuda, enquanto 70% dizem que ela é azarada. A situação: Sarah tem cerca de 200 orgasmos por dia. Não que a vida dela seja muito excitante. Segundo a moça de 24 anos, basta o motorzinho de um secador de cabelos ou o trepidar de trem passando para que ela chegue ao clímax. Achou graça? Pois Sarah sofre do distúrbio de excitação sexual persistente (desp), uma doença rara que atinge mulheres no mundo todo e que agora começa a ser entendida pelos cientistas.

A explicação mais aceita pelos médicos é que a desordem seja provocada por inflamações e infecções na região pélvica, que hiperestimulam os nervos do clitóris. Alguns psiquiatras acreditam que a síndrome seja sintoma de crise emocional. O fato é que as mulheres com esse problema não "relaxam e gozam". Pelo contrário, enfrentam muitas dificuldades no dia-a-dia. "Gostaria de ter uma vida normal", disse Sarah ao tablóide inglês "News of the World "- que, claro, fez um carnaval com o drama da menina.

O desp foi documentado pela primeira vez em 2001, pela terapeuta sexual Sandra Leiblum, e só recentemente foi caracterizado como uma patologia na literatura médica. Ela não está relacionada com hipersexualidade (ninfomania) e na verdade causa desconforto e vergonha - justamente por isso, a sua ocorrência pode ser maior do que o registrado. "O desp pode trazer conseqüências sexuais negativas, e suas portadoras podem até enfrentar depressão", escreveu Leiblum em um artigo na revista "Contemporary Sexuality". "É uma manifestação intrusiva, indesejável, espontânea, na ausência de estímulo ou de desejo. É uma reação genital, não sexual. Pode durar dias, horas, semanas", diz Carmita Abdo, psiquiatra e coordenadora do Projeto Sexualidade da USP, onde é professora. Para Carmita, o distúrbio "deve acontecer desde que as mulheres existem, mas, por motivos culturais, não era registrado".

Leiblum atualmente lidera um estudo que faz exames de ressonância magnética no cérebro de mulheres que enfrentam a síndrome, na esperança de que a causa esteja no sistema nervoso central. Há outro especialista, Randall Craig, que defende o uso de oxitocina (o hormônio que promove as contrações uterinas durante o parto e a ejeção do leite durante a amamentação) para aliviar os efeitos do distúrbio.

Outro fator fundamental é a compreensão do parceiro. "Eu namorei um cara que era muito egocêntrico, inclusive na cama", contou Sarah ao tablóide inglês. "Assim que ele se deu conta de que eu poderia chegar ao clímax sem que ele precisasse nem sequer me tocar, ele não fazia nada para me satisfazer. Eu simplesmente achei isso rude e sem consideração. Não ficamos muito tempo juntos." Realmente, Sarah não é uma mulher de sorte.

Emiliano Urbim
Fonte: Revista Galileu.

2 comentários:

  1. Huuuum meu Deus, que issoo...
    deve ser estranho e dificil essa vida "excitante"....
    quem poderá explicar. e encontrar um homem que à saiba entender...



    =*

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