segunda-feira, 3 de novembro de 2008

TV e computador: você é o filtro


Antes de virar a rotina da criança de cabeça para baixo e esconder o controle remoto, pense em como você influencia a relação dela com os meios de comunicação.

Ao chegar em casa, corre para checar os e-mails? Olhe ao redor da sua sala. Em
que lugar está a TV? Mesmo que você não pare para assistir, o fato de deixá-la ligada cria familiaridade, praticamente a personifica, lhe dá vida própria. Mas você a-do-ra passar horas vendo seus programas favoritos? Para os especialistas, o ideal é que criança pequena nem deva estar ali (ou porque é tarde para estar acordada ou por causa do conteúdo impróprio). “Quem decide a programação é você, ainda que precise abrir mão da novela”, afirma a psicanalista Mary Lise Moysés Silveira.No caso das maiores, há um conselho de Bia Rosemberg, diretora de programas infantis. “O ideal é explicar para a criança os temas que são abordados no seu programa. Ou seja, se aparecer uma cena de apelo sexual, ajude-a a interpretar o contexto.” Ainda assim, cenas violentas devem ser evitadas. “Uma criança que vê CSI, seriado que investiga crimes, fica impressionada com a aparência das coisas, como o sangue, expressões etc”, diz Lisa Guernsey, jornalista e autora do livro Into the minds of Babes – How ScreenTime Affects Children From Birth to Age Five (algo como Por Dentro da Mente dos Bebês – Como a TV Afeta Crianças de 0 a 5 Anos – veja entrevista).

No caso da novela, as opiniões são extremas: existem especialistas totalmente contra e outros a favor, em partes. “Se existir a mediação do adulto, ou seja, se ele estiver presente para conversar sobre os assuntos da novela, ela pode ser uma ótima oportunidade para apresentar o mundo e discutir valores”, afirma Cláudio Márcio Magalhães, pesquisador, jornalista e autor do livro Os Programas Infantis da TV – Teoria e Prática para Entender a Televisão Feita para as Crianças (Ed. Autêntica). Os pais que não estiverem prontos ou dispostos a dialogar sobre o tema devem mudar de canal. “Não precisa ter medo de ser taxado de conservador. Ainda que a criança se queixe, ela espera que você tome conta dela. O que não pode acontecer é a censura. Antes de proibir, exponha seus motivos com uma conversa franca”, diz Marcos Cezar de Freitas, professor de Pedagogia e pesquisador sobre Educação. Não use como desculpa a crença de que seu filho assiste a canais impróprios para a idade dele porque gosta. “Criança curte programa de criança, não jornal, novelas e seriados. Tanto é que os canais de maior audiência na TV a cabo são os infantis”, afirma o pesquisador Cláudio Márcio.

Fonte: Crescer

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